
e sobre a justa revolução feminina:


por Matheus Pirajá
Entrar na universidade não é fácil. É uma fase onde a vida começa a passar rapidamente, quando devemos aprender a administrar melhor nosso tempo, adquirimos novas responsabilidades, e precisamos deixar para trás alguns conceitos e hábitos de nossa adolescência. A universidade é um ambiente novo, cheio de novas informações, cultura, onde o aprender é inevitável e devemos tentar absorver o máximo possível.
Apesar de todas as dificuldades que vêm com esta fase da vida, as coisas não são tão duras assim como parecem. Na verdade, a minha primeira semana na faculdade de comunicação me surpreendeu de uma forma positiva, e tem me surpreendido mais à cada dia. Conheci pessoas de estilos diferentes, conceitos, ideias, comportamentos e interesses bastante diversificados, mas que de alguma forma se conectam através de conceitos maiores, a arte, a expressão, o debate, a interação de múltiplas ideias, que podem se resumir em uma única palavra: comunicação.
Universidade não é só responsabilidades, e algo que me deixou bastante empolgada logo no início da primeira semana foi o anúncio de festas e encontros, momentos importantíssimos para estreitar laços e possivelmente viver novas experiências, fundamentais para tornar esses anos de estudo interessantes e para quebrar um pouco a tensão da vida universitária.
Vamos aproveitar os próximos quatro anos ao máximo, pois sabemos que esse momento em que passamos pela universidade enquanto ainda somos jovens é único. Não sejamos tolos, tenho certeza que muitas vezes será difícil e que pode vir o desânimo, mas tenho certeza que poderei contar com o apoio de colegas, que brevemente espero que se tornem amigos, educadores, familiares, até que eu finalmente chegue a reta final dessa etapa e comece a andar totalmente por conta própria.
No primeiro instante os olhos atentos, observadores, logo após aquele frio diante do novo, depois a sensação da casca rompida.
O despertador tocava às seis horas da manhã de uma segunda-feira, era o meu adeus às manhãs despreocupadas de afazeres rotineiros, sem hipocrisia, pensava mais nisso do que propriamente na idéia de “volta às aulas”. Certamente as coisas mudariam muito, mas apesar dos densos ares e a sensação da fruta muito verde, era bom sentir aquele gostinho estranho. As explicações me fugiam e eu não fazia questão de correr por elas, era apenas o corpo falando e me provocando sensações diversas.
Adentrei pelo mesmo caminho que outrora parecia não me pertencer, peguei um cigarro e passei a caminhar como a fumaça que fugia lentamente com o vento. Olhava tudo com muita calma, inclusive a infinidade de rostos desconhecidos, uns nervosos, ansiosos, outros leves e tantos outros mais. A varanda, as salas de aula, o refeitório, olhava tudo como quem procura o reflexo de si nas coisas e encontra. Sentia-me confortável, era ali que eu deveria estar, porque era ali que eu queria estar e isso me preenchia. A insegurança permeava por entre meus questionamentos, esses embrulhos normais que temos quando nos postamos diante do desconhecido, mas nada que vazasse meu contentamento e plenitude de estar onde eu estava.
Andava cheia de duvidosas certezas, como que afirmada numa cadeira postada frente a um vidro embaçado. Exposta aos desconhecidos quatro longos anos – ou mais - de descobertas, encontros, desencontros e frustrações.
Camila Brito
A Última Noite
A última noite
Sonho arquitetado pelo desejo do mais
Minha vida em você resumida em um segundo de amor
O silêncio ardente da última esperança
Me vi presa em seus braços assassinos
Confuso tormento me faz te querer... e te perder
Eterno calor onde eu viveria pra sempre
Desvaneceu em efêmera paixão
A vontade calada pelo ardiloso temor
Quero, não quero
Mal-me-quer, bem-me-quer
Triste chama se apagando
A lua, as estrelas conspirando ao nosso favor
Me fizeram esquecer tudo e entrar em nosso mundo
A ferida escondida por breves suspiros
O medo, o desejo, o sabor, o anseio
O último beijo, o último toque
O último suspiro, as últimas palavras
O primeiro amor...
O sentimento deixado à sarjeta
A última noite.