sábado, 12 de setembro de 2009

Capitulina, enfim, morre aos 213 anos

Capitulina Armando Guerra, nascida em Sabe-se Lá Onde, Estado da Bahia, no dia 23 de fevereiro de 1796, de acordo com as recentes datações de carbono 14 realizadas em seu corpo. Em toda sua vida não conheceu nem seu pai, nem sua mãe. Desde recém-nascida, aprendeu a superar as adversidades da vida: dormiu nas ruas frias sem o calor de um berço aconchegante, teve de roubar leite para sobreviver e catou pedaços de pano no lixo para fazer suas próprias fraudas do dia-a-dia. Aos 12 anos, ingressou pela primeira vez na escola, mas saiu em seguida por não ter se enquadrado e entrou na pilantragem. Quando completou 25 anos conseguiu seu primeiro diploma em Produção Criminal e já era a mais renomada e admirada traficante da região. Não à toa, trouxe investimentos e desenvolvimento para sua comunidade.

No auge de seus 60 anos, uma tragédia aconteceu: Capitulina teve dores ciáticas. Entre a vida e a morte, milhares de admiradores se aglomeravam pelas ruas, orando pela sua salvação, contudo as manifestações foram em vão, não resistiu e morreu. Mas, contando com a mais alta tecnologia de misticismo e bruxaria, Tulininha - para os mais íntimos – conseguiu sua sobrevida e assim viveu seus breves 153 anos com muita alegria e plenitude. Na segunda-feira passada, 24 de agosto de 2009, enquanto se balançava na varanda de sua casa, o pior acontece! Ela é atingida fortemente por um Boeing 647. As tentativas de ressurreição não tiveram o mesmo êxito, pois não restaram amostras cadavéricas. Não deixou herdeiro, por causa de uma bala alojada no útero. Guerreira, sagaz, competente e mafiosa, Capitulina Armando Guerra vai deixar saudades.


- Ítalo

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