terça-feira, 29 de setembro de 2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Baleia Morre

Morreu nesta segunda-feira, dia 31 de agosto de 1986 a cadela Baleia, sacrificada por seu dono Fabiano. Baleia sofria de hidrofobia e, segundo seu dono, há algum tempo já tinha perdido muito peso, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, sempre cobertas por moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida.

Fabiano sacrificou com muito pesar Baleia com um tiro de espingarda, que pegou na perna. Baleia saiu cambaleando e urrando para longe da casa, até morrer com hemorragia. Foi um momento difícil para a família de Fabiano, pois a tinham não apenas como um animal de estimação, mas como amiga, companheira, guarda e parte integrante da família.

Layna Nascimento

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Recomeço...

Diante da realização de um objetivo, há muitos anos, almejado e a saudade do que estava deixando para trás, iniciou-se a minha primeira semana de aula no curso de Comunicação em Produção e Cultura na Universidade Federal da Bahia.

Devido a uma vida acadêmica estruturada e amizades consolidadas em outra instituição de ensino, o começo na Universidade não foi dos mais agradáveis, diante de um irônico mal-estar no primeiro dia de aula, nem cheguei a entrar na sala por causa da ansiedade que me cercava em relação a como eu seria acolhida por uma turma já formada e entrosada. Logo comigo isso foi acontecer, pessoa falante e extrovertida, segura de seus pensamentos e opiniões.

Entretanto, percebemos como nós seres humanos somos suscetíveis a reações inesperadas, a situações nas quais o superego embaça a nossa visão para as novidades e mudanças. A vida não pode ser planejada sem a flexibilidade necessária para as surpresas e transformações, mesmo que essas ocorram um pouco diferente do que foi imaginado.

Dessa maneira, esses acontecimentos possibilitaram que eu enxergasse a vulnerabilidade implícita no homem, que tem no livre arbítrio, o poder de decisão para o rumo que sua vida pode tomar e a capacidade do mesmo funcionar sobre pressão.


Por: Jordana Feitosa!

A morte de “Seu” Malaquias

No dia Dois de Setembro de Dois Mil e Nove
Às Dezessete horas e quinze minutos, morre “Seu”
Malaquias, aquele que sempre dizia que não doía.

“Seu” Malaquias, homem alto e desengonçado
Morava na rua de esquina do outro lado do alambrado
E fazia fronteira com a casa de uma costureira
Que ele vivia numa paquera costumeira

Com sua voz fina e engraçada,
Cantava uma canção que ninguém entendia nada
Até Dona Jurema, a costureira, explicar
Que o que ele cantava era para rimar
As tentativas de com ela ficar
Numa linda noite de luar.

Por um golpe de azar
Morreu “Seu” Malaquias de atropelo
Por aquele que Dona Jurema
Mais tarde, iria se casar.


Por: Jordana Feitosa!

sábado, 12 de setembro de 2009

Capitulina, enfim, morre aos 213 anos

Capitulina Armando Guerra, nascida em Sabe-se Lá Onde, Estado da Bahia, no dia 23 de fevereiro de 1796, de acordo com as recentes datações de carbono 14 realizadas em seu corpo. Em toda sua vida não conheceu nem seu pai, nem sua mãe. Desde recém-nascida, aprendeu a superar as adversidades da vida: dormiu nas ruas frias sem o calor de um berço aconchegante, teve de roubar leite para sobreviver e catou pedaços de pano no lixo para fazer suas próprias fraudas do dia-a-dia. Aos 12 anos, ingressou pela primeira vez na escola, mas saiu em seguida por não ter se enquadrado e entrou na pilantragem. Quando completou 25 anos conseguiu seu primeiro diploma em Produção Criminal e já era a mais renomada e admirada traficante da região. Não à toa, trouxe investimentos e desenvolvimento para sua comunidade.

No auge de seus 60 anos, uma tragédia aconteceu: Capitulina teve dores ciáticas. Entre a vida e a morte, milhares de admiradores se aglomeravam pelas ruas, orando pela sua salvação, contudo as manifestações foram em vão, não resistiu e morreu. Mas, contando com a mais alta tecnologia de misticismo e bruxaria, Tulininha - para os mais íntimos – conseguiu sua sobrevida e assim viveu seus breves 153 anos com muita alegria e plenitude. Na segunda-feira passada, 24 de agosto de 2009, enquanto se balançava na varanda de sua casa, o pior acontece! Ela é atingida fortemente por um Boeing 647. As tentativas de ressurreição não tiveram o mesmo êxito, pois não restaram amostras cadavéricas. Não deixou herdeiro, por causa de uma bala alojada no útero. Guerreira, sagaz, competente e mafiosa, Capitulina Armando Guerra vai deixar saudades.


- Ítalo

Um novo mundo chamado FACOM

Depois de ficar calejado de tanta surra tomada nos outros vestibulares e ficar por um bom tempo distante dos estudos, a segunda lista do curso de Produção Cultural foi uma grata surpresa que mudou o rumo dos meus planos.

Mudar de cidade, encontrar um novo lugar para morar, fazer a matrícula, largar minha antiga vida para começar uma nova e enfrentar a árdua tarefa de ser calouro de calouros, tudo isso em menos de uma semana, é tarefa para poucos!

No primeiro dia, cinco e meia em ponto, parti para o desconhecido, os pensamentos borbulhavam. Totalmente perdido, sem saber o que fazer e para onde ir, encontro um alguém na mesma ou pior situação que eu, Fred. Depois de tanto subir e descer escadas, pedir informações a um e a outro, somos recepcionados com um grande café-da-manhã no auditório, logo em seguida participamos da palestra com Aninha Franco.

Na manhã seguinte, quando tudo parecia correr normalmente, o trote, enfim, chegou. Toda calourada amarrada em um mesmo barbante, recebendo tinta de todas as direções, fazendo juramentos e tendo que passar uma bala de boca em boca. Entretanto, apesar de tudo, nada se compara a menininha, dentro do ônibus, rindo de minha cara toda melada.
Portanto, o saldo de tudo isto é positivo!

- Ítalo

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

OBITUÁRIO - Por Michele Figueiredo

OBITUÁRIO



Morreu nesta sexta-feira, 28 de agosto de 2009, após uma resistência digna de respeito, a Esperança, vítima de insuficiência respiratória, a qual foi causada pela indignação, depois de tomar conhecimento da possível liberdade do pacato cidadão Roberto Aparecido Alves Cardoso, vulgo “Champinha”. Em 5 de novembro de 2003, Champinha (então com a idade de 16 anos) e seus amigos, num passeio divertido pela floresta, ao avistarem o casal Felipe Café e Liana Friedenbach, resolveram recepcioná-los para uma festinha particular de horror. Enquanto os demais foram capturados, Champinha, por ser menor de idade – e, portanto uma criança, um completo inocente, sem fazer a menor idéia o que tinha cometido –, foi internado numa clínica de recuperação. Certamente ele seria recuperado e assim devolvido para o convívio social.
Devido a seu comportamento exemplar, esta criatura desprovida de humanidade tem a possibilidade de ser libertada. A Esperança, verdadeira companheira dos brasileiros, foi fatalmente atingida por esta vibrante notícia e não pôde mais resistir, como, aliás, vinha fazendo há vários anos (Esperança já tinha sofrido diversas vezes de infarto e recentemente foi diagnosticada como mais uma vítima da gripe suína). A indignação diante desta realidade foi tamanha que Esperança não conseguiu sequer respirar.
Esperança era brasileira, viúva e deixou milhões de brasileiros.